• Autor Anselmo Junio Batista da Silva
  • Ano 2019/2
  • Localização -22.75018, -43.699739
  • Coorientador Wendell Diniz Varela
  • Resumo

    O conceito de lazer se constrói concomitantemente aos processos socioeconômicos desencadeados pela a revolução industrial, fundamentalmente orientado pelas novas formas estruturantes do trabalho e tempo alocado às atividades laborais a partir desse período. Com a revolução industrial os trabalhadores eram condicionados a ampliar suas horas de trabalho nas unidades fabris, restando-lhes um tempo menor para o descanso e o sono “sagrado” para então voltar a trabalhar. O manifesto “Direito a Preguiça”, escrito em 1880, na Alemanha por Paul Lafargue, trás a baila a questão do direito ao lazer dos operários, apontando questionamentos, críticas e contradições do capitalismo e o cristianismo ocidental, no que tange ao direito ao lazer, contrapondo-se à discussão reinante sobre o tema no período pré-revolução industrial, onde o tratamento era dado em termos do tempo de ócio como não trabalho.

    Desde então muito teóricos do campo sociológico e filosófico vem discutindo e conceituando o tema do lazer e tempo livre de trabalho, porém, o sociólogo Dumazedier, com seu livro Sociologia empírica do lazer de 1974, se tornou referência do tema, sendo amplamente utilizado em teses e antíteses. Dumazedier, portanto, conceitua o lazer em uma relação direta com o trabalho onde o lazer seria a contraparte do trabalho. O autor aponta a importância desse tempo livre destinado ao lazer nas sociedades pós-industriais:

    Dumazedier (1974) conseguiu conceituar o lazer tendo atuação em três funções, a saber:

    • Descanso (libera-se da fadiga), divertimento, recreação.

    • Entretenimento (liga-se à fadiga e, está, ao tédio)

    •Desenvolvimento (desenvolve a personalidade que depende de autonomia do pensamento e da ação cotidiana).

    Pautado no tema do lazer e estudos sobre, sejam suas implicações a nível urbano e suas relações com a cidade, surgiu o interesse de desenvolver TFG prático voltado a esse tema, assim, surge a escolha da Cidade de Seropédica, última cidade da Baixada para implementar o projeto. Escolha essa, que já vem a problematizar a situação de abandono que vive a região da baixada a muitos aspectos e serviços, assim, o projeto se volta para a região abandonada da região metropolitana do Rio de Janeiro.

    O projeto é a criação de uma Piscina publica em Seropédica voltada para a população local e região. Será construído duas piscinas: uma geral com dimensão de 100mx 50m com profundidade mínima de 0,50m e máxima de 1,50m em 3 níveis distintos de desnível, e outra infantil de dimensão de espelho de água de 15m x 40 m e profundidade de 0,50m. As piscinas serão amparadas pelo programa arquitetônico que se divide em dois blocos térreos que irão abrigar vestiários, bar, restaurante, administração e outros serviços. A escolha pelo lugar para abrigar o projeto será em um terreno pertencente a UFRRJ que está inserido no centro de Seropédica no KM 49. O projeto fica localizado no centro do terreno em meio as arvores, pois se busca nessa intenção uma proteção sonora mínima e distanciamento da BR RJ Santos, assim como proporcionar ao usuário um isolamento sensorial por essas arvores, buscando pelo sentido visual uma ruptura com a ambiência da malha urbana, enfatizando o lugar do descanso.


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